domingo, 12 de dezembro de 2010

Que seja eterno até que cubra!

“O amor é uma flor roxa que nasce no coração dos troxa”, já dizia minha irmã. Realmente, quem é que não fica um pouco ridículo quando está apaixonado? Não vou nem comentar aquelas bobagens clássicas de filme de comédia romântica porque o lance, na verdade, é muito mais sério. Quando o cupido te acerta, você simplesmente parece esquecer a pessoa que é, e passa a ser aquilo que o outro espera que você seja. E o mesmo acontece do outro lado.

Essa é a coisa mais trouxa que pode – e vai – acontecer quando você se apaixonar! O casal deixa a individualidade de lado e vai caminhando a um denominador comum: a moça baladeira e expansiva agora sai menos e é mais discreta; o cara tímido que nunca saía de casa, agora vai aos poucos programas que a parceira insiste em comparecer e até arrisca algumas piadinhas. Tudo bem. Você acabou com aquela pessoa pela qual se atraiu no começo, mas não entremos nesse mérito. Agora os pombinhos deixam de ser dois e passam a ser um megazord do amor! Eles têm os mesmos gostos, os mesmos amigos, as mesmas opiniões, e aí começam a brincar de pensar em como seria a casa ideal, o casamento perfeito – ou nada de casamento!, nós somos modernos! – o filho com o nariz de um, os olhos da outra... e aí decidem comprar uma aliança de compromisso – modernos, que nada!

Mas é muito amor para um casal só, e a aliança não é suficiente. E então, a genial decisão: vamos fazer uma tatuagem! Claro! Por que não? Sendo o amor, por essência, uma coisa tão perene, nada como brindar esse sentimento com algo da mesma infinitude: uma tatuagem! Ele vai escrever Rosicheyla em letras garrafais, no braço, de preferência do cotovelo ao pulso. Assim, pra todo mundo ver mesmo. Ela já opta por algo mais discreto. Quem sabe “Sanderson, amor eterno” na nuca, ou alguma homenagem mais picante, na virilha?

Acontece que, nessa vida, nada é para sempre. Rosicheyla começa a sentir falta das baladas e achar as piadas de Sanderson pouco criativas: “ele nunca foi bom nisso”. Este, por sua vez, começa a ouvir histórias sobre a piriguete que sua namorada foi um dia e a pensar que talvez seria melhor se relacionar com alguém mais discreto. E assim tudo piora exponencialmente e eles decidem terminar antes de perder o respeito. Mas e a tatuagem? Pois é... parece que algumas coisas nessa vida são, sim, para sempre. Não me venha falar em remoção a laser! Você acha que Rosicheyla tem dinheiro pra isso? Se apagar não dá, o jeito, então, é tocar a bola pra frente. Rosicheyla abaixa as calças e puxa a calcinha de lado. “Cobre!”.

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